Cinema e Educação
Professor e cineasta Alain Bergala
Pais: França
Idioma: Francês (legendado em português)
Duração: 35:43
Descrição: Este foi o primeiro abecedário audiovisual gravado no CINEAD (www.cinead.org) com o objetivo de compartilhar os saberes e práticas de Alain Bergala em algum formato que fosse facilmente acessível por professores pesquisadores estudantes direcionando de imediato para a leitura de sua obra.
Na última visita pela consultoria realizada por Alain Bergala para o projeto de criação de Escolas de Cinema em escolas públicas e cineclubes, partindo da formação de professores para gerar autonomia na continuidade das atividade de cinema na escola. Ao refletir sobre “Alteridade” afirma: O cinema é, sem dúvida, a forma de arte que imediatamente capturou a alteridade.
Afinal em um filme pode haver elementos que são completamente heterogêneos e diferentes. Ocorre menos na Pintura ou na Música porque o cinema captura a alteridade do mundo e a alteridade está frequentemente nos bons filmes e nos bons cineastas. O maior cineasta da alteridade é Rosselini que filma por exemplo uma estrela hollywoodiana, Ingrid Bergman, no mesmo quadro de uma criança pequena, de Lille, que não compreende nem a linguagem nem nada. O cinema permite confrontar no mesmo quadro, no mesmo filme, coisas que são radicalmente heterogêneas. Então é evidentemente muito importante, também pelo cinema, quando se é criança ou adulto poder se fazer a experiência direta da alteridade. Em um filme por exemplo um homem pode se identificar completamente com uma mulher com o pensamento ou os problemas de uma mulher. Porém na vida real é muito mais difícil. O cinema permite que nos coloquemos – é Serge Daney quem dizia isso – no interior do outro o que na vida real é extremamente difícil. É por isso que o cinema é extremamente importante para as crianças. Porque as crianças vivem em um mundo pequeno (a casa, a família e a escola) e o cinema lhes dá acesso a experiências que elas não conhecem. Elas conhecerão talvez mais tarde quando forem adultos, quando começarem a viver. Isso significa que o cinema permite às crianças ter uma ideia muito mais ampla da alteridade do que o seu próprio lugar na vida, que é pequeno, dado o seu nível de experiência. O que dizia na França Chefer: “O cinema nos dá na infância experiências que serão talvez as que se farão no futuro. O cinema nos fala de nós, de coisas que nós que não conhecemos ainda mas que sabemos que são para nós e sabemos que são nossas.” Há filmes em que as crianças vêem e compreendem, ainda que no momento sejam muito pequenas, que isso tem a ver com elas. Logo é por isso que o cinema é extremamente formador, especialmente no tocante à relação que se pode ter com o mundo.
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